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quinta-feira, 18 de março de 2010

Mais rápido que o flash



O Google anuncia a construção de uma rede de banda larga ultrarrápida, 500 vezes mais veloz que a conexão usada no Brasil. Com a investida, a empresa tenta assumir a liderança na corrida pela internet do futuro


Começa a ficar repetitivo. Na semana passada, o Google anunciou, outra vez, o lançamento de mais um produto que promete transformar a indústria de tecnologia: uma conexão de internet ultrarrápida. A proposta é oferecer uma rede de banda larga cuja velocidade de transmissão de dados seja de 1 gigabit por segundo (Gbps) – 100 vezes a velocidade das conexões por fibra óptica existentes hoje nos Estados Unidos e 500 vezes a velocidade com que os brasileiros navegam na internet. A princípio, a novidade será experimental e beneficiará um pequeno número de cidades. "Planejamos disponibilizar o serviço a um preço competitivo a até 500.000 pessoas e empresas", afirmou James Kelly, coordenador do projeto no Google. Esse promete ser o primeiro grande passo da companhia fora do mundo virtual. Até então, a maioria dos avanços do Google ocorreu diretamente no campo dos programas para computador e serviços on-line.
Desde 2005, o Google já investia em fibras ópticas para interligar seus servidores, tornando as buscas mais rápidas e diminuindo os custos de transmissão de seus vídeos do YouTube. Nos últimos anos, porém, o volume de aquisições desse tipo de cabo pela empresa foi tão grande que provocou uma série de especulações sobre suas reais intenções. Com o anúncio, ficou claro que o plano era sair das próprias instalações para fazer o circuito completo de transferência de dados, alcançando a chamada "última milha", ou seja, a casa das pessoas. A banda larga que o Google pretende criar – e que poderá lhe custar até 1,6 bilhão de dólares em investimentos – poderá transformar em realidade algo que agora parece reservado aos filmes de ficção científica. Será possível, por exemplo, a um arquiteto alemão transmitir pela internet, em tempo real, imagens de uma maquete em três dimensões ao seu cliente no Japão. Outra vantagem será baixar em instantes arquivos que hoje requerem horas para ser abertos, mesmo em países que lideram o ranking de banda larga. É o caso do download de um filme de longa-metragem em alta definição. Na Coreia do Sul, que atualmente tem a internet mais rápida do mundo, isso se faz em cerca de quatro horas. No Brasil, são necessárias 49 horas (ou mais de dois dias) para completar essa tarefa.
O investimento é uma tentativa de solucionar um problema real: o risco de um congestionamento na rede mundial de computadores. Um estudo recente da consultoria americana Nemertes Research mostra que até 2014 a infraestrutura de acesso à internet que as empresas planejam criar não atenderá mais à demanda. Não só a escassez de grandes investimentos das empresas de telecomunicações estimulou o Google a focar nessa nova área. Pesou ainda o fato de o governo americano ter anunciado um plano extremamente tímido para expandir as redes de banda larga. Enquanto o presidente Barack Obama prometeu gastar 7,2 bilhões de dólares na área, a estimativa da agência reguladora do setor (a Comissão Federal de Comunicações) é que seria necessário um aporte de até 350 bilhões de dólares.
Outros países também investem para liderar nessa área. O governo neozelandês anunciou no ano passado um projeto que prevê a instalação de fibras ópticas que levarão internet ultrarrápida a 75% da população até 2020. Existem projetos semelhantes no Japão e na Inglaterra. Portanto, se o Google tem a intenção de ser referência em tecnologia, ele não pode correr o risco de que os Estados Unidos – sua sede e seu principal mercado – fiquem para trás na corrida da banda larga, que constitui a base para o avanço dos serviços de internet. "É só uma questão de tempo para que todos invistam com força nessa tecnologia", afirma Eduardo Tude, da consultoria Teleco. "A internet do futuro exigirá conexões mais velozes."
A intenção do gigante americano de estimular o desenvolvimento de super-redes é, acima de tudo, promover ao máximo o uso das ferramentas on-line. Isso tem ligação direta com o modelo de negócio do Google, em que o faturamento é resultado do número de acessos nas páginas da internet. As experiências bem-sucedidas da Apple e da Amazon indicam que, para atrair usuários e fazer com que fiquem mais tempo na web, as companhias precisam atuar em várias frentes, de venda de aplicativos a aparelhos matadores, como um iPhone ou Kindle. Com a novidade, o Google mostra estar no mesmo caminho de inovação e atuação diversificada de suas rivais. Tudo o que o gigante não quer é seguir a trajetória trilhada pela Microsoft até agora. Por mais que tente, a empresa de Bill Gates não conseguiu criar produtos que atingissem a mesma popularidade do Windows e do pacote Office – ambos lançados na década de 80. Considerando os últimos passos do Google, mais rápidos que os do super-herói Flash dos quadrinhos, a probabilidade de ele comer poeira é pequena.

Grupo brasileiro projeta prédio modulável


Grupo brasileiro projeta prédio modulável
Projeto mostra edifício sustentável

SÃO PAULO – Cansou da vista da sua varanda? Quer variar a vizinha ou quem sabe tomar novos ares na praia? Então feche a sua casa, coloque em um caminhão e leve para onde quiser.

Esta é a proposta do arquiteto brasileiro Felipe Campolina, que projetou a Portability Housing - casas moduláveis que podem ser facilmente transportadas e encaixadas em uma estrutura vertical, formando um edifício. 



O mineiro de 28 anos criou o design para um concurso internacional de Arranha Céus do Futuro organizado pela revista eVolo. “O projeto se desenrolou a partir de outro já existente, o da unidade pré fabricada”, explica ele. “Na verdade, o que apresentei agora foi o desenvolvimento da torre para abrigar uma grande quantidade delas”, diz.

O diferencial das casas de 32m² é que a parte do banheiro e do quarto podem ser fechadas sobre a sala e cozinha, formando uma estrutura de apenas 17m² facilmente transportável.

Toda construída em chapas de compensado de madeira (OSB), ela recebe reforço de aço e, por fora, um de parede verde. As plantas cultivadas nesses nichos externos ajudam a manter o conforto térmico e acústico, diminuindo a necessidade de consumo de energia.

“Minha inspiração foi um movimento do Japão pós-guerra. Nos anos 50, surgiu um grupo de arquitetos chamados Metabolistas, que trabalhava com essas unidades pré-fabricadas”, diz Campolina.

A grande vantagem desse tipo de construção é a rapidez e uniformidade das casas. Além disso, ela utiliza diversos materiais reciclados e recicláveis, além de possuir um sistema de reaproveitamento da água.

No caso da torre planejada, rampas fariam a elevação dos módulos para espaços previamente separados. Lá, bastaria “abrir” a parte sobreposta e mobiliar a casa.

No entanto, vale ressaltar que o projeto tem uma questão utópica, pois foi desenvolvido para um concurso. “A unidade é perfeitamente factível, mas na torre, em si, não trabalhei ainda algumas questões, como a parte hidráulica”, diz o arquiteto.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Justiça Militar inicia processo contra controladores de voo em Brasília

Militares denunciados por terem paralisado os serviços de controle do tráfego aéreo em março de 2007 começam a ser interrogados


A Justiça Militar iniciou nesta semana o processo contra 51 controladores de tráfego aéreo que, há três anos, participaram de uma paralisação levando ao caos aeroportos em todo o país. Insatisfeitos com as condições de trabalho, controladores de tráfego aéreo se recusaram a monitorar os aviões que cruzavam os céus do Brasil. No dia 30 de março de 2007, milhares de usuários de transporte aéreo se acotovelavam nos aeroportos sem poder embarcar nos voos. A suspensão de decolagens causou prejuízos incalculáveis a passageiros, companhias aéreas e à imagem do governo, que não soube administrar uma crise deflagrada por militares da Aeronáutica. 

Denunciados pelo Ministério Público Militar (MPM) por prática de motim e por deixar de prestar o serviço de controle aéreo, prerrogativa exclusiva do governo federal, os militares começaram a ser interrogados e a se defender. O objetivo final dos controladores envolvidos é tentar se livrar da expulsão da Aeronáutica e de penas de prisão que podem variar entre dois e oito anos. O início do processo é uma boa oportunidade para a população saber o que de fato ocorreu nos meses que antecederam a crise e o governo tomar providências para que o “apagão aéreo” não volte a atrapalhar a vida dos cidadãos. O crescente tráfego aéreo e a realização de eventos esportivos de porte mundial, como a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016, reforçam a preocupação. 

Indícios da crise que seria observada no primeiro semestre de 2007 foram notados logo após o acidente do Boeing da Gol com o Legacy em setembro de 2006, no qual 154 pessoas morreram. Sob a suspeita de terem responsabilidade na colisão aérea, controladores passaram a se queixar de uma jornada de trabalho supostamente extenuante e do sucateamento de equipamentos utilizados no monitoramento das aeronaves. Como forma de protesto, nos feriados de 12 de outubro e 2 de novembro, controladores aéreos aumentaram o espaçamento entre os voos e provocaram atrasos e filas nos aeroportos. Em março, pouco antes da paralisação, uma carta apócrifa com reivindicações dos controladores circulou entre os centros de controles do espaço aéreo. Foi o estopim para as paralisações. 

De acordo com a promotora do MPM que cuida do caso, Ione Cruz, o movimento não teve por finalidade melhorar as condições do tráfego aéreo, mas sim obter dividendos somente para os controladores. “Foi um motim. Eles infringiram o Código Penal. Quebraram a hierarquia de forma vil”, afirma. “São responsáveis pela maior crise da aviação civil”, diz. Segundo Roberto Sobral, advogado de 30 dos acusados, sua estratégia será trancar a ação em curso com base na premissa de que a Aeronáutica sabia que haveria uma movimentação atípica. “O Comando poderia ter interferido e evitado toda aquele movimento. O que aconteceu foi a infiltração de agentes de confiança da Aeronáutica para causar tumultos e, depois, responsabilizar esses controladores que agora foram indiciados”, diz. Quanto à paralisação, Sobral afirma que o melhor mesmo foi suspender as decolagens porque o grande contingente de pessoas atrapalharia no controle de tráfego aéreo, que exige concentração. 



Em um aspecto, tanto a defesa como a acusação concordam: o processo deverá ser moroso. Isso porque cada um dos 51 indiciados deverá contar com o direito de arrolar cinco testemunhas, o que daria mais de 250 pessoas a ser ouvidas por quem conduz o processo. Independentemente do resultado, as partes ainda podem recorrer ao Superior Tribunal Militar (STM) e, em última instância, ao Supremo Tribunal Federal (STF). A promotora Ione Cruz ainda tenta incluir no processo 38 controladores de tráfego que haviam sido denunciados, mas excluídos pela Justiça Militar por considerar que não havia elementos suficientes contra eles. Em Manaus e em Curitiba também correm processos relativos a controladores que teriam aderido aos comandos supostamente originados em Brasília. 

A crise em 2007 provocou discussões quanto ao modelo brasileiro de tráfego aéreo. No período, chegou-se a cogitar a possibilidade de desmilitarizar o serviço. A Casa Civil entrou na discussão. A secretária-executiva, Erenice Guerra, pediu sugestões de controladores aéreos, agora indiciados, para alterar o sistema. Mas depois do apagão aéreo, Erenice não voltou a tratar do assunto com os controladores. Em alguns países europeus e nos Estados Unidos, existem dois sistemas de controle: um dedicado à aviação civil e outro para a defesa aérea. O Comando da Aeronáutica defende o sistema atual. Afirma que países como França e Itália estão aderindo ao modelo integrado, adotado pelo Brasil. A Aeronáutica afirma ainda que o sistema de controle aéreo brasileiro é seguro. “A Organização de Aviação Civil Internacional (Oaci) nos colocou em segundo lugar no mundo com 95% de conformidade em procedimentos operacionais e de segurança, atrás do Canadá com uma diferença de apenas 1%”, diz. 

A expectativa é que a crise do “apagão aéreo” e o processo envolvendo os 51 controladores sirva para eliminar gargalos daqui para a frente. A Aeronáutica afirma ter aprendido com o caos. Adota procedimentos de recrutamento, treinamento e aperfeiçoamento de forma mais adequada, além de investir apropriadamente no espaço aéreo brasileiro. Que assim seja e permaneça.

Padres de Arapiraca são afastados após escândalo sexual

O bispo de Penedo, em Alagoas, Dom Valério Breda, confirmou nesta terça-feira o afastamento dos monsenhores Luiz Marques Barbosa, de 82 anos, e Raimundo Gomes, 52 anos, além do padre Edílson Duarte, 43 anos. Eles foram afastados das atividades nas paróquias de Arapiraca após a imprensa denunciar o envolvimento deles em um escândalo sexual com rapazes. O caso ganhou repercussão internacional e já chegou ao conhecimento do Vaticano. Os religiosos foram denunciados por antigos coroinhas, que teriam sido molestados quando ainda crianças.



O afastamento dos três religiosos foi anunciado pelo bispo no último fim de semana, durante uma celebração na Igreja Nossa Senhora dos Carmo, em Arapiraca, que é a segunda maior cidade de Alagoas, tem mais de 200 mil habitantes e fica a 146 quilômetros de Maceió. Em reunião realizada nesta terça-feira, na Cúria de Penedo, seriam definidos os nomes dos padres que assumirão as paróquias de São José, Nossa Senhora do Carmo e a catedral Nossa Senhora do Bom Conselho, anteriormente coordenadas pelos padres denunciados. No entanto, os nomes dos substitutos ainda não foram divulgados.
Repercussão internacional - De acordo com secretária da Diocese de Penedo, Maria Rosiete Nobre Pires, Dom Valério Breda ficou muito abalado com as denúncias e tem evitado o contato com a imprensa para não agravar a situação dos acusados. Segundo a secretária diocesana, o escândalo envolvendo os religiosos de Arapiraca chocou Alagoas e ganhou repercussão internacional. "Já recebemos ligações de jornais de todo o Brasil e de várias partes do mundo querendo saber a posição da Igreja com relação a esse episódio", afirmou Maria Rosiete.
No município de Arapiraca, o clima entre a comunidade católica é um misto de decepção e de incredulidade. "As pessoas só estão acreditando nesse escândalo agora, porque as imagens divulgadas pela imprensa são muito fortes", comentou Ângela, secretária da Igreja Nossa Senhora do Bom Conselho e que trabalha há muitos anos com Padre Aldo, em Arapiraca.
Na reportagem do programa Conexão Repórter, do SBT, o monsenhor Luiz Marques Barbosa, de 82 anos, aparece em cenas de sexo com um rapaz de 19 anos que era seu coroinha desde o 15 anos. A reportagem do SBT, veiculada no Youtube sem cortes, vem sendo reproduzida em vídeo e vendida à população da região de Arapiraca por vendedores de DVDs piratas a R$ 2 a cópia.
Processo criminal - Além de afastados das suas atividades, os religiosos estão respondendo a um processo criminal, aberto pela Polícia Civil de Alagoas, a pedido do Ministério Público Estadual. Duas delegadas foram designadas pelo diretor-geral de Polícia, delegado Marílio Barendo, para comandar as investigações: Bárbara Arraes, titular da Delegacia de Crimes Contra Crinaças e Adolescentes; e Maria Angelita, da Delegacia da Mulher.
Segundo a delegada Bárbara Arraes, as investigações correm em segredo de justiça, desde do final de fevereiro. "No final de março termina o prazo da investigação, mas vamos pedir prorrogação por mais um mês, para concluir o nosso trabalho até o final de abril", afirmou a delegada. Barbara Arraes disse ainda que os acusados só serão ouvidos por último.
A delegada Bárbara Arraes informou ainda que familiares dos rapazes estão dispostos a entrar na Justiça com um pedido de indenização por danos morais contra os religiosos. Para a delegada Maria Angelita, a denúncia contra os religiosos é muito contundente. Ela disse que a polícia já está de posse da fita de vídeo, com imagem do monsenhor Luiz Marques Barbosa com um rapaz, que se diz vítima de abuso sexual praticado pelo religioso.
A Agência Estado procurou os acusados, mas nenhum dos religiosos quis dar entrevista. Nas paróquias onde eles atuavam foi informado que eles foram afastados e não estão dispostos a falar sobre esse assunto. 

O estranho em nós mesmos

a coletânea Um episódio distante, o escritor Paul Bowles trata das relações entre o Ocidente e o Oriente



  Divulgação
As sempre tensas relações entre o Ocidente e o Oriente aparecem com espantosa nitidez, a partir dos anos 1940, nos primeiros relatos escritos pelo escritor americano Paul Bowles (1910-1999), que viveu 50 anos no Marrocos. Essas ficções de juventude chegam, agora, ao público brasileiro reunidas em Um episódio distante (Alfaguara, 232 páginas, R$ 38,90, tradução de José Rubens Siqueira), conjunto de 12 contos mais uma breve novela, datada de 1993.
Aspectos como a obscuridade, os sentimentos arcaicos e o irracional, de que nossos preconceitos ocidentais ainda hoje desconfiam, tomam formas espantosas em um relato como “Ele da Assembleia”, a história de Ben Tajah, que um dia, em plena rua, encontra uma carta caída no chão. O problema é que seu nome vem escrito no envelope. Ao abrir a carta, ele depara com uma frase enigmática: “O céu estremece e a terra tem medo, e os dois olhos não são irmãos”.
Logo depois, Ben perde a carta e, mais um pouco, já duvida de que ela tenha existido. Mas, se não existiu, de onde tirou aquelas palavras? Passa a crer que elas lhe foram sopradas pelo demônio. Para enfrentar seu medo, conta com a ajuda de um homem chamado Ele da Assembleia, que carrega no pescoço um colar de ampolas de penicilina e se julga prisioneiro em um caldeirão. O homem define a situação dos dois: “Funcionamos de trás para a frente. Se temos alguma coisa boa, procuramos alguma coisa ruim no lugar”.
O estranho relato contém alguns elementos fundamentais das relações do Ocidente com o desconhecido. A dúvida, que impede a confiança. O medo, que se esconde nas pequenas coisas – como uma simples carta largada no chão. A ideia de que, mesmo no Bem, sempre se infiltra alguma parte secreta do Mal.
Paul Bowles foi, nesse sentido, um profeta. Suas ficções breves – antecipando o magistral romance O céu que nos protege (1949) – adiantam a atmosfera de insegurança e de cegueira que separam Ocidente e Oriente. Quando, em 1947, o escritor se mudou para Tânger com a mulher, Jane Bowles, tentava, justamente, romper essa cadeia de medo. Soube ver na estranheza e na diferença um tipo singular de beleza. Soube aceitar o incompreensível como parte essencial da existência.
A desconfiança para com a realidade se exprime, de maneira luminosa, em um relato como “O escorpião”. Uma velha vive sozinha em uma caverna. Um dia, um de seus filhos reaparece. Ele pede que a mãe o acompanhe em uma pequena viagem, sem revelar-lhe o destino. A relação entre mãe e filho é de absoluta imprecisão. Não lhes resta alternativa: ou, mesmo às escuras, confiam um no outro ou não podem mais seguir juntos. Na saída para a caminhada de três dias, esbarram com um velho sentado em uma pedra. O filho pergunta quem é, a mãe diz que não o conhece. “Está mentindo”, comenta, e isso é tudo. Não se sabe quem era o homem nem o destino de mãe e filho. Tudo o que temos são fragmentos do mundo real – nunca o real mesmo.
Como viver em um mundo assim, em que o significado das coisas sempre nos escapa? Não há outro recurso além da confiança. Não é preciso ir muito longe, o estranho se esconde no banal. Esconde-se em nós mesmos. No relato que dá título ao livro, um professor procura caixinhas feitas com úberes de camela. Um homem se oferece para guiá-lo. Leva-o ao deserto. As ameaças reais são precedidas por sensações de insegurança, que lhe parecem bem mais perigosas. Tudo é impreciso – e, para seu horror, o professor descobre o irracional e o estranho não no outro, mas em si mesmo.
Bowles antecipa, assim, aspectos cruciais do mundo contemporâneo, como a facilidade com que atribuí mos o Mal aos outros, a invisibilidade dos motivos que regem a vida cotidiana e a brutal dificuldade que temos de pensar. Não é um mundo fácil: se queremos defrontar o estranho, talvez devamos começar diante do espelho.
Shepard Sherbell
ESTRANGEIRO 
O escritor Paul Bowles em sua casa em Tânger, em 1969. A coletânea 
Um episódio distante trata das relações entre o Ocidente e o Oriente

DOWNLOAD THE PACIFIC (MINI-SÉRIE)


Download The Pacific (Mini Série)
The Pacific recua até à Segunda Guerra Mundial e conta a história de 3 soldados norte-americanos envolvidos no conflito logo após o ataque a Pearl Harbor. Baseada em histórias reais, conta-nos as experiências vividas por estes 3 homens e pelos seus companheiros desde o primeiro combate violento com os japoneses nos matagais de Guadalcanal, passando ainda pelas florestas tropicais do Cabo Gloucester, pelas barreiras de coral de Peleliu, as areias sangrentas de Iwo Jima e os campos fatais de Okinawa, até ao triunfo difícil e o regresso a casa. “The Pacific” é uma mini série de 10 episódios que tem como produtores executivos Tom Hanks e Steven Spielberg, os mesmos que criaram, cada um no seu papel, o bem sucedido “O Resgate do Soldado Ryan”.
Título: The PacificTítulo Traduzido: The PacificGênero: GuerraDuração: 50~60 MinutosEpisódio: 01Data de Lançamento: 2010Tamanho: 210 MbQualidade: Rmvb | AviIdioma: Inglês – Legendado
S1E01 – Guadalcanal/Leckie
RMVB Legendado: Megaupload Uploaded.to

terça-feira, 16 de março de 2010

Empresas dinamarquesas anunciam tecnologia para fazer etanol de bagaço de cana

Enzima que possibilita a produção do combustível será a primeira disponibilizada comercialmente


O etanol feito de capim, cascas e bagaços está próximo de se tornar uma realidade. Na semana passada, duas empresas dinamarquesas distintas anunciaram, separadamente, que chegaram a uma enzima capaz de quebrar a molécula de celulose dos resíduos vegetais e transformá-la em açúcar, com os qual é fabricado o combustível. Apesar de projetos semelhantes estarem sendo desenvolvidos em todo o mundo, as moléculas produzidas pelas empresas Novozymes e Genecor são as primeiras experiências em vias de serem liberadas para o mercado. 

Apesar de ainda não ter sido comprovada na prática nas usinas, a nova tecnlogia promete um grande incremento naprodução de etanol. Os especialistas divergem em relação ao potencial de aumento de produtividade – os palpites variam entre 40% e 100%. Com uma produtividade maior, os fabricantes terão mais lucros, mas os potenciais benefícios também poderão ser sentidos pela sociedade como um todo. Como o etanol é a principal alternativa renovável aos combustíveis derivados do petróleo, uma produção maior de etanol teria o benefício ambiental de emitir menos gases de efeito estufa, que causam o aquecimento global. A troca dos combustíveis fósseis por biocombustíveis também pode tirar parte do poder concentrado nas mãos do cartel dos grandes produtóres de petróelo. 

Um polêmica que gravita em torno do etanol é a de que a sua produção poderia reduzir a área de alimentosplantados. Os críticos sustentam que, por causa do retorno maior, muitos agricultores poderiam trocar a lavoura de alimentos por uma de cana ou milho, com o objetivo de produzir matéria prima para o etanol. Essa tese é validada por especialistas internacionais, mas não é um consenso no meio científico. Com a segunda geração de etanol, o receio da redução do plantio de alimentos deve diminuir.



Para o Brasil, o domínio da tecnologia tem potencial de consolidar de vez o status do país como o maior produtor de biocombustíveis. A situação do país é privilegiada por dois motivos. O primeiro é que a infraestrutura para produzir etanol já está montada e o conhecimento técnico sobre o combustível acumulado pelos cientistas brasileiros é o maior do mundo. A segunda vantagem é o custo da matéria prima. Também chamado de etanol de segunda geração, o combustível feito de restos vegetais pode ser obtido a partir de bagaços de fruta, casca de madeira, capim e restos de grãos. No Brasil, a matéria prima será o próprio bagaço da cana resultado da produção do etanol, que está disponível nos pátios das usinas e não representará custo algum. 

A consagração do etanol de segunda geração também deve atrair muitos investidores para o Brasil, o que gera receitas e mais investimento em tecnologia. Para o consumidor, a entrada no mercado do etanol de segunda geração deve baratear o produto, mas ainda não é possível saber qual será o impacto nos preços. 

Apenas a Novozym anunciou planos para o Brasil. A enzima, chamada de Cellic, será apresentada ao mercado brasileiro em março, mas estará à venda apenas em 2012.

Emma Watson termina seu namoro de dois anos devido à distância

Emma Watson termina seu namoro de dois anos devido à distância

Segundo o jornal inglês “Daily Mail” e, também, de acordo com a revista “Quem” (da editora Globo), a intérprete de Hermione Granger na saga Harry Potter terminou recentemente o seu namoro com o financista Jay Barrymore.
Amigos da atriz disseram que o relacionamento de Emma com Barrymore não se sustentava mais, devido ao fato de ele estar na Inglaterra e ela estar nos EUA, cursando a universidade de Brown. Ou seja: a distância acabou desgastando o namoro.
De acordo com amigos da faculdade, depois de seu namoro, Emma tem passado muito tempo com o músico e colega de faculdade Rafael Cebrian, aceitando participar de uma peça de teatro juntamente com ele.
A notícia pode ser conferida no site da “Revista Quem” e no portal da“Editora Abril”.

Quanto custa ver Beyoncé de perto?


Arquivo
R$ 600 é o preço do ingresso mais caro para o show de Beyoncé em São Paulo, que ocorre no dia 6 de fevereiro no Estádio do Morumbi. Você acha caro? Confira o que se pode fazer ou comprar na maior cidade da América Latina com esse dinheiro.



Hospedagem 
 diária no Grand Hyatt no quarto Grand King, de 41m², com janelas do chão ao teto, vista panorâmica, cama king-size, banheiro de mármore, TV de 25 polegadas ou maior, quatro telefones, concierge 24 horas e serviço de quarto 24 horas. Com direito a check-out tardio, às 13h, e café da manhã diário no restaurante do hotel ou no quarto. 
Preço da diária: R$ 585 

 diárias no Ibis Jardins, sem café da manhã e no fim de semana
Preço da diária: R$ 171
Cinema
20 entradas para assistir a filmes com exibição em 3D nos cinemas 
Preço unitário: R$ 30 

30 entradas para assistir a filmes em salas tradicionais 
Preço unitário: R$ 20 
Transporte
corridas de táxi do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, até a Avenida Paulista 
Preço médio por corrida: R$ 80 

235 passagens de metrô 
Preço unitário: R$ 2,55 

222 passagens de ônibus 
Preço unitário: 2,70 
Comes
 Divulgação
Sanduíche de mortadela do Bar do Mané
66 sanduíches de mortadela do Bar do Mané, no Mercado Municipal, com direito a 250 gramas do embutido 
Preço unitário: R$ 9 

12 pizzas Margherita na Pizzaria Esperanza, que, no fim da década de 1950, trouxe a São Paulo a cobertura com as cores da bandeira da Itália: molho de tomate, mussarela e manjericão 
Preço unitário: R$ 47 

pessoas comem feijoado no Bolinha, a mais tradicional de São Paulo – existe desde 1952 
Preço por pessoa: R$ 70 

80 sanduíches de pernil do Bar do Estadão, que funciona 24h e faz a alegria dos baladeiros famintos 
Preço unitário: R$ 7,50  

200 pastéis de feira da barraca da Maria, eleito o melhor de São Paulo. Você pode encontrá-lo para comprar às terças, na rua Capitão Manoel Novaes (Jardim São Bento); às quartas e sextas, na rua Mendonça Drumond (Jardim Maringá); aos sábados, na alameda Subtenente Francisco Hierro (Parque Novo Mundo) e, aos domingos, na avenida Mário Lopes Leão (Santo Amaro) 
Preço unitário (médio): R$ 3 

 Divulgação
Menu degustação no D.O.M
menus degustação no D.O.M., com oito pratos e duas sobremesas. O restaurante, do premiado chef Alex Atala, é o 24º melhor restaurante do mundo, segundo a revista especializada inglesa Restaurant 
Preço unitário: R$ 303 

44 combos nº1 no Mc Donalds, com Big Mac, batatas médias e refrigerante médio 
Preço unitário (médio): R$ 13,50 
Bebes
48 caipirinhas de cachaça do Veloso, feita pelas mãos do premiado barman Souza 
Preço unitário: R$ 12,50 

120 chopes do Bar Léo, que foi considerado, durante muito tempo, o mais bem tirado de São Paulo. O bar, que é um do mais antigos da cidade, faz 70 anos em 2010 
Preço unitário: R$ 5 
Compras
 Divulgação
Biquíni dos mais simples da Rosa Chá
obras de artistas variados vendidas pela galeria de arte independente Choque Cultural
Preço unitário: R$ 150 

12 discos de vinil do Arnaldo Baptista na Baratos Afins, loja aberta em 1978 e que fica em uma galeria na Avenida São João, no centro 
Preço do disco 
Loki? (1983): R$ 50 

3 biquínis (dos mais baratos) da Rosa Chá, que esteve na semana de moda de Nova York em setembro do ano passado
Preço por biquíni: R$ 170 
Passeios
40 couverts do bar do Terraço Itália, restaurante que fica no 41º andar do Edifício Itália, no centro de São Paulo 
Preço da entrada: R$ 15 

20 ingressos para assistir a uma partida de futebol do Campeonato Paulista na arquibancada do Morumbi, onde vai se apresentar Beyoncé 
Preço do ingresso: R$ 30 

Divulgação
Um passeio pelo Zoo Safári
200 horas de estacionamento na Zona Azul, em locais de grande circulação 
Preço por cartão: R$ 3 

40 entradas para o Zoo Safári, onde se faz o passeio dentro do carro, com os bichos soltos (exceto as feras) 
Preço do ingresso (para adultos): de R$ 15 a R$ 17

20 entradas para o Aquário de São Paulo, que tem 8.000m² de área coberta e espécies como peixe-boi, lontras, lobo marinho, tucanos, tamanduá mirim e macaco bugio
Preço do ingresso: R$ 30 

Autora de Harry Potter é acusada de plágio

A britânica JK Rowling sofre nova acusação, desta vez dos administradores do espólio de um autor morto em 1997. Eles pedem US$ 1 bilhão. Para ela, acusação é "absurda"


A britânica JK Rowling, criadora da série Harry Potter, e a editora Bloomsbury, estão sendo acusadas novamente de plágio. Desta vez, a autora pode responder processo por supostamente ter usado conceitos de um livro publicado por outro autor britânico em 1987, cuja história era centrada nas aventuras de um pequeno bruxo. 

Segundo o jornal inglês The Times, o processo está sendo movido por Paul Allen, o administrador do espólio do autor Adrian Jacobs, que morreu em 1997, dez anos depois de publicar 
The Adventures of Willy the Wizard: Livid Land (algo como As Aventuras de Willy, o bruxo: terra pálida). Na ação, Allen alega que “partes substanciais” da história de Willy foram usadas no quarto livro da série Harry Potter,O Cálice de Fogo (do ano 2000), como os conceitos de prisões, universidades e hospitais exclusivos para bruxos. 



O advogado Max Markson, que representa Paul Allen, acredita que a ação pode render mais de US$ 1 bilhão (R$ 1,8 bilhão). “Quando se pensa em todo o dinheiro envolvido, eu diria que US$ 1 bilhão é uma estimativa conservadora”, disse ele ao Times. A série Harry Potter é formada por sete livros, que bateram recordes de venda em diversos países. Um parque temático sobre o pequeno bruxo está sendo construído em Orlando, nos EUA, e os dois filmes do sétimo livro serão lançados no cinema em novembro de 2010 e julho de 2011, respectivamente. As estimativas sobre o valor da série variam entre US$ 7 bilhões e US$ 15 bilhões. 

Adrian Jacobs, por sua vez, era um autor desconhecido. A história do bruxo Willy vendeu apenas 5 mil exemplares, segundo o 
Times, e o autor, que foi um rico empresário, morreu na pobreza depois de perder tudo na bolsa de valores na crise de 1987. 

Segundo o site da revista americana Businessweek, JK Rowling divulgou um comunicado dizendo que as alegações de plágio são “infundadas e absurdas”. “Estou desapontada porque eu e minha editora britânica temos novamente que nos defender”. JK Rowling disse que não leu o livro do bruxo Willy que só ouviu falar no autor Adrian Jacobs quando seus representantes cogitaram abrir o processo contra ela em 2004. Segundo a revista, a editora Bloomsbury afirma que não há trechos iguais nos dois livros e que vai pedir ao tribunal responsável pelo caso que não abra o processo, alegando ausência de mérito na questão.

Ele salva em tempo real

HD externo tem bastante espaço, mas precisa ser ligado na tomada





My Book Elite, da americana Western Digital, é um disco rígido externo que impressiona pela capacidade: tem espaço para guardar 500 mil músicas, o dobro da maioria dos HDs à venda no mercado. Também se diferencia por fazer backup em tempo real: ele salva as novas informações à medida que elas vão surgindo. Em um teste de velocidade, transferiu 8,21 gigabytes (GB) de músicas, vídeos, fotos e documentos em apenas cinco minutos. O resultado é bom, mas não é espetacular. Por fora, o HD também inovou: tem um visor que mostra a memória usada e permite ao dono escrever o nome no display. Isso é útil para quem guarda coleções de vídeos e fotos em vários discos rígidos – e precisa encontrá-los em uma estante. O que não anima os aficionados por tecnologia é o fato de ter de plugá-lo na tomada antes de conectá-lo à entrada USB. Além disso, é necessário instalar no computador um software pouco intuitivo. A boa notícia é a economia de energia. Ele se desliga automaticamente quando não está sendo usado. Custa R$ 880.
  Divulgação
  • PONTOS FORTES 
    O espaço no disco rígido, 2 terabytes (TB) e a capacidade de nomeá-lo no display

  • PONTO FRACO 
    Software confuso para iniciantes