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terça-feira, 16 de março de 2010

Especialistas alertam para os riscos do veneno contra o mosquito da dengue

Segundo pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz de Pernambuco, os produtos químicos usados pelos agentes de saúde no Brasil põem em risco a saúde humana

Pesquisadores reunidos no congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, que acontece até o próximo dia 18 de março em Foz do Iguaçu, criticaram o uso de produtos químicos nas ações contra o mosquito da dengue no Brasil. Para eles, é necessário que o setor de saúde busque uma atuação em parceria com outras áreas, como a de saneamento, para o controle da doença, além de alternativas a inseticidas e larvicidas, que, afirmam, põem em risco a saúde humana. 

“Para eliminar o mosquito, daqui a pouco vamos eliminar nós mesmos”, afirmou Lia Giraldo da Silva Augusto, especialista em risco químico da Fundação Oswaldo Cruz de Pernambuco e que vem, nos últimos anos, cobrando da pasta uma mudança na estratégia contra a dengue. 

“Temos de sair de um programa paternalista a clientelista para um que promova a saúde. Enquanto não tomarmos medidas de saneamento haverá a necessidade de estratégias que tragam risco à população”, afirmou Lia, que destacou o potencial carcinogênico e imunodepressor de alguns produtos. Presente no evento, o diretor de vigilância epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, não quis comentar. 

Segundo os cientistas, não têm ocorrido investimentos na análise de efeitos dos produtos aplicados em fumacês e pratinhos de plantas sobre a população . As pesquisas costumam enfocar pessoas que trabalham com os inseticidas. 

De acordo com Lia, a população não é comunicada sobre os possíveis riscos dos produtos e costuma inclusive cobrar seu uso durante epidemias. “Os agentes de saúde chegam até mesmo a chamar isso de remédio”, diz a especialista. 
Militares do DF vão ser treinados para o combate da dengue 

Duzentos homens das Forças Armadas começam a ser treinados nesta quarta-feira (17) para reforçar o combate à dengue no Distrito Federal. Ao todo, 100 homens do Exército, 50 da Marinha e 50 da Aeronáutica vão passar por oito horas de aulas teóricas. Nas próximas quinta-feira (18) e sexta-feira (19), serão administradas aulas práticas. 

O último boletim da Secretaria de Saúde do DF indica um total de 3.681 casos notificados de dengue neste ano, sendo 1.541 confirmados. No dia 19 de fevereiro, a secretaria declarou epidemia de dengue no DF. 

“A expectativa é suprir a demanda de agentes e atuar fortemente no combate à dengue”, diz o diretor de Vigilância Ambiental, Laurício Monteiro. Após o treinamento, os militares vão ser distribuídos pelas cidades-satélites do DF. A definição das quatro primeiras localidades a receberem o reforço deve sair nos próximos dias. A idéia, segundo Monteiro, é que cada cidade receba grupos de 50 homens. 

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